segunda-feira, 4 de agosto de 2014

RAINHA DO PAPEL DE BALA É EXEMPLO DE VIDA E DÁ DICAS SOBRE CARREIRA


Aos 83 anos de idade, um metro e meio de altura e 37 kg, Efigênia Rolim construiu um legado que mistura fantasia, reciclagem e, como ela mesma diz pausadamente, para não errar: sus-ten-ta-bi-li-da-de.
Ex-lavradora, de origem mineira, chegou ao Paraná acompanhada do marido com o sonho de ganhar muito dinheiro na lavoura. No entanto sua vida não foi nenhum conto de fadas. Após perceber que a realidade era muito diferente do que haviam imaginado, não desanimou.
Dona de muitas histórias e de uma capacidade incrível de encantar, Efigênia encontrou-se com a arte de forma inusitada. Ao caminhar pela rua, foi envolvida por um forte vento, que trouxe aos seus pés um papel de bala verde brilhante. Encantada pela cor, que mais parecia uma esmeralda, resolveu fazer sua primeira obra de arte, que foi uma flor, ou teria sido um passarinho? – recorda-se ela.
Hoje, escultora, estilista, poetisa, contadora de histórias e repentista, é mãe de 9 filhos, orgulha-se de sua vida e acredita que ainda pode construir muita coisa. Figura conhecida na cidade de Curitiba, "A Rainha do Papel de Bala", como é chamada, já teve suas obras expostas no museu Oscar Niemeyer (MON) e na Bienal Internacional de arte em 2013.
Atualmente vive de suas criações e uma de suas peças pode chegar a custar três mil reais. São bonecos, animais, chapéus e vestidos que já viajaram para várias partes do mundo. O que encanta são as historias por trás de cada peça, recheadas de fadas, heróis, cavaleiros, princesas e bruxinhas.
De maneira simples, seus contos são compostos por uma profundidade que pode ser percebida como lição de vida.
Através de seus textos, poesias, arte e muita alegria, Dona Efigênia mostra que podemos ser felizes e nos encontrar naquilo que fazemos. Mostra também que, apesar das adversidades, somos capazes de criar nossas próprias oportunidades, bastando "tirar as ideias da cabeça" como ela mesmo diz, tocando o chapéu feito com lã e retalhos de tecido.
Sua vida, que mais parece ter saído da imaginação de algum contador de história, também virou um livro "A viagem de Efigênia Rolim nas Asas do Peixe Voador" (Edição Independente, 2012), da jornalista e biógrafa – Dinah Ribas Pinheiro. E também dois documentários intitulados: a "Rainha de Papel", dos cineastas Estevam Silveira e Tiomkim (1998), no qual foi "batizada"; e "O Filme da Rainha", do cineasta argentino Sergio Mercuri, de 2005.
A carreira de Efigênia começou tarde, quando muitas pessoas pensam que já fizeram por sua vida profissional tudo o que podiam. Desde a primeira obra, feita de um papel de bala, até o reconhecimento com a primeira exposição, foram alguns anos, mas ela não desistiu, e seguiu firme no propósito de fazer um mundo melhor, inclusive para ela mesma.

* Gisele Meter é psicóloga, diretora executiva de Recursos Humanos e palestrante. Atua com gestão estratégica de pessoas, adora escrever sobre o universo feminino nas organizações e acredita que uma mulher pode ser tudo o que quiser desde que acredite em sua força interior.

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